Entre faróis, asfalto e "Psis".
Hoje foi um dia diferente.
Dia em que fui a primeira vez ao meu novo psiquiatra.
Sujeito bacana, bem alinhado, alto, magro (meu biótipo predileto)...Se o visse em uma happy com certeza paqueraria...rs
Diverte-me o modo compenetrado e profundo com que ele me olha enquanto falo.
Também já chego e vou dizendo...
”Eu sei o que eu tenho. Só quero saber como me curar...” rs.
Enumero os problemas e vejo nos olhos dele que me achou hoje a pessoa menos sortuda do planeta afinal consegui, em três meses, passar por um rompimento de relacionamento um tanto quanto conturbado, dois assaltos à mão armada no trabalho, a morte de um familiar com câncer e um segundo caso diagnosticado na família, minha mãe indo para longe de mim (porque eu não podia mais sustenta-la sozinha) e, pior, indo doente após o oftalmo diagnosticar uma doença degenerativa no fundo da retina dela, que vai leva-la a cegueira mais cedo ou mais tarde, e tendo em virtude de tudo isso perdido sete quilos nos últimos meses.
Vou enumerando as coisas assim...Dessa maneira mesmo.
Mas não conto na expectativa que ele me olhe com esse olhar de pena.
Eu quero que ele veja o quanto sou forte por que, apesar disso tudo, estou aqui.
Pombas, quantas pessoas ele conhece que passaram por tudo que passei e estão ai, firmes, levantando cedo, trabalhando?
Ok...Admito que minhas mãos tremem muito agora, o que tem me atrapalhado bastante no trabalho e que depois de começar a tomar a medicação tenho que fazer duas vezes mais esforço para conseguir ter a metade da concentração de antes, mas estou aqui.
Mas não adianta...
Ele continua me olhando com esse olhar de pena.
Tenho vontade de pegar a peca de cristal em cima da mesa e jogar na cabeça dele...
Ele vem com o papo...
”Não posso dizer nada em uma primeira avaliação” e muda levemente minha medicação, marcando um retorno para daqui um mês e me dando um encaminhamento para o psicanalista também...(não agüento mais tantos “psis”... rs).
E sai essa ruivinha caipira do consultório do Doutor, após um aperto de mãos e um adeus à simpática secretária, do mesmo jeito que entrou.
Mas eu não julgo...
Estou melhorando pouco a pouco, sei disso.
Mas sempre esperamos dos “meninos de jaleco” que tenham pílulas maravilhosas que nos curarão dos males da carne como por um passe de mágica...O que dizer então dos males da alma? Achei que sairia de lá novinha em folha...Mas sai igual...rs
Mas sei que apesar de todos os “psis”, todos os medicamentos, de tudo que passei e estou passando ainda estou aqui e vou ficar.
Porque hoje eu entendo quão imatura sou e que simplesmente não consigo me ver como a mulher de trinta que sou (sinto-me tão jovem ainda), e preciso trabalhar essa transição o mais rápido possível porque carrego essa imaturidade e, também porque não dizer, a irresponsabilidade, para todos os ramos de minha vida. (Quem ai também tem coragem de admitir isso..rs).
Só me sinto madura quando estou no trabalho e, mesmo assim, às vezes sinto como se aquilo fosse uma brincadeira.
Talvez a culpa de tudo, no final, seja da minha “nona” mesmo que me superprotegeu na infância e adolescência em virtude de eu ser adotiva e ter sido salva da morte pela minha família...
E o “psi” continua com o mesmo olhar de pena sobre mim enquanto caminho entre ruas e faróis.
Ele vem me seguindo entre meus passos sozinhos no asfalto.
Eu me entendo e só busco a cura...
Mas haverá uma cura?
Bem, de uma coisa estou certa. Parodeando um querido amigo musico: "E antes que aumente a dor esqueca tudo que passou pra nunca mais... O tempo vai reconstruir os pedaços que perdi pra nunca mais...pra nunca mais..."
Dia em que fui a primeira vez ao meu novo psiquiatra.
Sujeito bacana, bem alinhado, alto, magro (meu biótipo predileto)...Se o visse em uma happy com certeza paqueraria...rs
Diverte-me o modo compenetrado e profundo com que ele me olha enquanto falo.
Também já chego e vou dizendo...
”Eu sei o que eu tenho. Só quero saber como me curar...” rs.
Enumero os problemas e vejo nos olhos dele que me achou hoje a pessoa menos sortuda do planeta afinal consegui, em três meses, passar por um rompimento de relacionamento um tanto quanto conturbado, dois assaltos à mão armada no trabalho, a morte de um familiar com câncer e um segundo caso diagnosticado na família, minha mãe indo para longe de mim (porque eu não podia mais sustenta-la sozinha) e, pior, indo doente após o oftalmo diagnosticar uma doença degenerativa no fundo da retina dela, que vai leva-la a cegueira mais cedo ou mais tarde, e tendo em virtude de tudo isso perdido sete quilos nos últimos meses.
Vou enumerando as coisas assim...Dessa maneira mesmo.
Mas não conto na expectativa que ele me olhe com esse olhar de pena.
Eu quero que ele veja o quanto sou forte por que, apesar disso tudo, estou aqui.
Pombas, quantas pessoas ele conhece que passaram por tudo que passei e estão ai, firmes, levantando cedo, trabalhando?
Ok...Admito que minhas mãos tremem muito agora, o que tem me atrapalhado bastante no trabalho e que depois de começar a tomar a medicação tenho que fazer duas vezes mais esforço para conseguir ter a metade da concentração de antes, mas estou aqui.
Mas não adianta...
Ele continua me olhando com esse olhar de pena.
Tenho vontade de pegar a peca de cristal em cima da mesa e jogar na cabeça dele...
Ele vem com o papo...
”Não posso dizer nada em uma primeira avaliação” e muda levemente minha medicação, marcando um retorno para daqui um mês e me dando um encaminhamento para o psicanalista também...(não agüento mais tantos “psis”... rs).
E sai essa ruivinha caipira do consultório do Doutor, após um aperto de mãos e um adeus à simpática secretária, do mesmo jeito que entrou.
Mas eu não julgo...
Estou melhorando pouco a pouco, sei disso.
Mas sempre esperamos dos “meninos de jaleco” que tenham pílulas maravilhosas que nos curarão dos males da carne como por um passe de mágica...O que dizer então dos males da alma? Achei que sairia de lá novinha em folha...Mas sai igual...rs
Mas sei que apesar de todos os “psis”, todos os medicamentos, de tudo que passei e estou passando ainda estou aqui e vou ficar.
Porque hoje eu entendo quão imatura sou e que simplesmente não consigo me ver como a mulher de trinta que sou (sinto-me tão jovem ainda), e preciso trabalhar essa transição o mais rápido possível porque carrego essa imaturidade e, também porque não dizer, a irresponsabilidade, para todos os ramos de minha vida. (Quem ai também tem coragem de admitir isso..rs).
Só me sinto madura quando estou no trabalho e, mesmo assim, às vezes sinto como se aquilo fosse uma brincadeira.
Talvez a culpa de tudo, no final, seja da minha “nona” mesmo que me superprotegeu na infância e adolescência em virtude de eu ser adotiva e ter sido salva da morte pela minha família...
E o “psi” continua com o mesmo olhar de pena sobre mim enquanto caminho entre ruas e faróis.
Ele vem me seguindo entre meus passos sozinhos no asfalto.
Eu me entendo e só busco a cura...
Mas haverá uma cura?
Bem, de uma coisa estou certa. Parodeando um querido amigo musico: "E antes que aumente a dor esqueca tudo que passou pra nunca mais... O tempo vai reconstruir os pedaços que perdi pra nunca mais...pra nunca mais..."
ruiv@
2 Comments:
não esqueça do conversado não com o amigo, e sim com o profissional da área...
Pode deixar...mas adoro ter o amigo de volta. Te adoro Alex.^^
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