Meus Eus - Porque a alma e feita de versos...

Memórias, divagações, poesias, sorrisos e lágrimas de um alguém como você....

30 setembro, 2006

Funeral


E não é que existe mesmo essa tal historia de morrer por amor?
Juro a vocês!!!!
Eu quase morri.
Eu quase morri de amor...
Conheci alguém. O Thi...esse moço bonito aí comigo na foto.
No começo nem dei atenção, literalmente não vi...rs
Mas ele me viu.
E depois me contou que me desejou antes que eu soubesse ao menos sobre a existência dele.
Acabamos, por essas voltas do mundo, nos tornando amigos virtuais.
Foram longas conversas, longas semanas, longas horas...
Ate que viajei para SP durante minhas férias e o conheci pessoalmente...
Ele se lembrava de mim, mas não eu dele.
E aconteceu uma das tardes mais felizes da minha vida. Rimos tanto, conversamos tanto...Tantas coisas em comum, tantas historias e estórias afins. RPG, BDSM...
Mas essa tarde foi só de sorrisos...Ele já havia percebido que eu gosto de ser cortejada, conquistada.
Saímos na noite seguinte e eu, que sou super orgulhosa e tranqüila, me vi sentindo ciúmes de alguém com quem não tinha nenhum vinculo. E fui deixada em casa celibatariamente com um beijo casto e puro...DELICIA!
E não deixamos de nos ver nenhum dos dias das duas semanas dos quais permaneci na Capital. Toda tarde, as 15h00, ele chegava.
Fez-me juras, planos também. Cronometrava meu tempo de ir ao banheiro e jogava cinza na mesa para me irritar...rs

E os palitos...
Malditos palitinhos que me atormentaram desde o primeiro dia...
Tortura chinesa...

Fazem idéia do quanto dói ter um palito fino enfiado em baixo da unha? Dói muito viu, garanto...Mas ele fazia de mim o que queria, afinal era meu Dono e namorado.
Guardei com carinho a comanda onde, enfiando o palito sob minha unha, ele retirou a primeira gota de sangue do meu corpo...Coisa boa lembrar dessa noite. ^^
E assim fomos seguindo.
Viajamos p Litoral um final de semana.

Pousada com sacada de frente p mar.
Eu acordo a noite e olho para a porta-balcão e vejo ele, branco e lindo, parado a noite na sacada, com a cueca boxer preta que eu amo e o hobbe em estilo japonês que, assim como os cabelos dele, balançavam com a brisa, em uma cena, bela, diáfana, encantadora, entorpecente e inesquecível.

Naquela primeira noite ele penetrou meu corpo com o seu, mas antes amarrou meus pulsos a cabeceira da cama e minhas pernas. Brincou com a cera das velas pelo meu corpo...Ser possuída imobilizada por ele acho que foi uma das melhores sensações que já senti.
Fomos almoçar como namorados que éramos em uma casa de panquecas, mas essa ruiva aqui sentava de modo ereto e não se movia muito porque ele havia introduzido em meu corpo bolinhas tailandesas, como meu Dono que também era.
Uma noite fomos até um penhasco a beira mar....as ondas batendo contra as pedras lá embaixo, e ele bem próximo a beirada, me fez sentir como seria sofrer se o perdesse, se por ventura ele desse um passo em falso, e em meu desespero imaginário segureio forte pela camisa ate que ele se afastou.
Corremos para o carro, mas essa história somente a nós pertence...O segurei enquanto tremia e vomitava na beira da rodovia.
Voltamos tão felizes para São Paulo, depois de ele comer um risoto de camarão...Aliás, ele ama camarão, comeu muito nessa viagem...rs
Ele também veio para minha cidade pra uma festa a fantasia em que nem fomos para podermos ficar mais tempo juntos...O carro passando na lombada e eu derrubando bebida...Mas limpei depois como boa sub/namorada que fui, enquanto esperávamos que a suíte que escolhemos no motel estivesse disponível e, pasmem, era uma suíte SM...rs
Também ficou ao meu lado quando fiz minha cirurgia. O tempo todo, diga-se, e só de sentir ele me abraçar quase que eu não sentia mais dores.
Ali eu vi que ele me possuía, mas também me protegia.
E no dia dos namorados eu fiz uma apresentação PPS para ele.
E ele chorou. Chorou muito, assim como eu, por ve-lo chorar.
Estávamos unidos não pelas câmeras ou pelos monitores...Mas pelas almas.
Foi emocionante mesmo vê-lo tão tocado com um presente tão simples.
Até ali ele tão apaixonado como na noite que sentamos no jardim da Dinda e ficamos quietos, abraçados e olhando o céu, o que me fez lembrar de uma poesia, cuja autoria desconheço:

“Quando seu silêncio emudecer no meu
e os dois se acasalarem em uma plenitude imoral,
é chegado o sinal
de que nosso amor é bem possível”.

Eu sequer imaginava, naquele 12 de junho que dali a poucos dias ele me
deixaria.
Assim, rápido, veloz.
Pegou minha alma desprevenida...Depois de tantas juras e planos, depois de tantos beijos e velas, depois de tantas estrelas e sushis...Ele me deixou.
E ai eu descobri que sim: É possível morrer de amor...Emagreci 7 kg em um mês, briguei com ele, chorei com ele e conversamos muito ainda depois.
Lembro em especial de uma madrugada em que, já separados, ele me ligou a 1h30 da manha.
Calei-me para o mundo pela ausência dele.
Meu corpo não aceitava mais comida. Minha alma queria sair logo da carne porque ficar estava doendo demais.
Uma alma que não compreendia como, no espaço de três dias, uma paixão se esvaiu de um homem, e não compreende até hoje.
Ele viajou e eu não deixei de chorar um dia nem uma noite sequer na ausência dele...Afinal ele disse que havia viajado para o Sul para decidir se ficava comigo ou com a outra, sua ex-namorada.
E eu perdi.
Ela foi à escolhida, preterida.

E eu, sozinha, largada ao vento.
E foi ai que eu quase morri de amor.
Quase morri de saudades.
Quase morri de ódio.
Quase...
E hoje eu senti a vontade de Quase escrever um livro sobre nossa história breve e intensa, com uma sensação de adeus...Uma sensação de exorcismo de sentimento.
Claro que a cicatriz ficou...Esta aqui nítida, visível e é profunda...Mas agora já é cicatriz, não mais ferida.
E choro enquanto escrevo porque sei que essa é a despedida da minha alma desse amor que começa a definhar dentro de mim.
Choro porque mudei e sentirei saudades do que fui, mas nunca mais serei.
Choro pelo futuro que poderia ter sido mais não foi.
Choro pelas coisas terríveis que eu fiz após a separação, porque só eu fiquei com a dor e isso me deixou egoísta.
Choro porque hoje a imagem dele começa a sumir da minha mente.
Choro porque não sinto mais o cheiro dele ou penso em seu sorriso.
Choro porque sei que finalmente a paixão esta indo embora, e isso dói, mas ao mesmo tempo reconforta, porque sei que não mais chorarei noites interminaveis por ele, nem deixarei de comer ou me divertir pela ausência dele.
Choro porque hoje, agora, aqui eu enterro essa paixão e parte de minha alma vai com ela.

ruiv@

2 Comments:

Blogger Maestro Alex - BDSM - SSC said...

lamento de coração o qe te acontece... abs.

6:45 PM  
Blogger ruiv@ said...

Nossa...que bom finalmente ter noticias suas mon cherr Dom...deixou os amigos preocupados. Afora as preocupacoes e saudades que senti...eu tb lamento o que me acontece, mas estou lambendo minhas feridas e nao vou morrer, certamente.
Muitos bjs cheios de saudades.

5:27 PM  

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