Pseudo Príncipe
Às vezes, por instantes, elas se afastam, mas depois voltam com força redobrada, vindo lá se sabe de onde.
E da mesma forma que as ondas, há apenas três coisas a que se fazer com as dores espumantes.
Ou afunda-se nela e espera que passe...Mas com consciência que logo outra vira.
Ou pula-se, mas isso não quer dizer que ela não nos alcance o rosto, salgando a pele e fazendo arder os olhos...Mas com consciência que logo outra vira.
Ou fica-se na solitária, mas segura, areia.
Olhando de uma distância segura o rebentar das ondas, mas com os pés muito secos.
Por mais belo que nos pareça o mar...Ele apenas deseja nos tragar.
Então, quando você pensar que é o amor que chegou, lindo, vivo e para você...Não se entregue as ondas...Porque elas apenas te puxarão para o fundo, para os abismos do mar, de onde não há como voltar.
Eu acreditei que era o amor, acreditei que me vinha sorrindo na forma de um moço bonito, de sorriso claro e palavras verdadeiras...
Mas na verdade, aquilo que julguei ser O Príncipe, era na verdade O Monstro que me puxou para o fundo.
O Monstro que devora, não por fome, mas pela sua natureza predadora.
Apenas pelo prazer de abater mais uma caça.
Apenas para ouvir o barulho de um coração ser esmagado e uma alma triturada.
Não existem monstros na areia...Melhor fincar bem os pés nela...
E se por acaso você ver O Príncipe sorridente e apaixonado a se aproximar saindo do mar de braços abertos para você e lhe chamando para perto dele, dando-lhe a impressão que a protegerá, cuidará e amará...Corra.
Por que pode até parecer, mas não é O Príncipe...
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home