Mantos
Mantos
Mantos, muitos mantos, muitos
Empregnados pelo cheiro de mofo
As aranhas correm
Fugindo da luz da memória
Tanto tempo sem ver o arco-íris
Madrugada de uma longa noite triste
Morcegos carregam em suas asas teias
Que embalsamaram por muito tempo a dor
Dor que agora cheira a putrefação
Mas que logo nada mais será
Já que logo o áuereo sol chegará
E em pó toda essa dor se fará
Uma imagem se desfaz como fantasma
Amor etéreo que agora se desfaz
Neblina que os ventos matutinos levam
Deixando um rastro cheirando a incenso
Amorfos pensamentos cheirando leite
Envolvem meu corpo todo tremulo
Ao longe os morcegos desaparecem
Sumiu de toda a naftalina
Mas os ratos ainda corrrem por dentro das paredes...
Lena Dimens_ruiv@
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