O que e Chanucá?
Com esta pergunta inicia-se a explicação talmúdica de Chanucá, a Festa das Luzes: Quando os gregos entraram no Templo, profanaram todas as reservas de óleo dali; e os hasmoneus - após a vitória sobre os gregos - encontraram um único cântaro pequeno de óleo puro, inviolado, ainda com selo do Sumo Sacerdote. Normalmente, esta quantidade de óleo seria suficiente para manter a menorá acesa por apenas um dia; mas um milagre aconteceu, e o óleo durou oito dias.
No ano seguinte, estes oito dias passaram a ser considerados dias santificados, a serem comemorados com louvor e graças(Talmud, Shabat 21b).
Na linguagen, tipicamente concisa do Talmud, esta é a história de Chanucá.
Mas, para que possamos compreender melhor o significado desta festa, devemos voltar aos eventos que precederam o milagre do óleo.
Quem eram estas pessoas, merecedoras de tal milagre?
A história de Chanucá
No vigésimo quinto dia de Kislev,168 anos antes da Era Comum, o Rei Antiochus da Síria, conquistador da Palestina, mandou colocar uma estátua de Júpiter no Templo de Jerusalém. Isso fez parte de seus esforços para impor à população judaica os costumes pagões gregos; o rei sírio queria extirpar o modo de vida judaico e implantar no lugar dele o paganismo do modo de vida helenístico.
A violação da santidade do Templo foi somente um primeiro passo na sua campanha contra a religião judaica; ocorreram muitos outros.
A observação do Shabat e das festas judaicas era proibida, sob pena de morte.
Os judeus foram obrigados a oferecer sacrifícios nos altares gregos e comemorar seus festivais.
Os rolos da Torá eram destruídos e seus detentores assassinados.
Mas Antiochus, na sua determinação em destruir o judaísmo, não contava com a existência de um pequeno grupo de homens valentes.
Matatias, o Hasmoneu - um velho sacerdote da vila de Modi'in - e seus cinco filhos, seguidos por outros fiéis, fugiram para as montanhas onde deram início uma rebelião.
Quando Matatias morreu, seu filho Yehuda torno-se líder dos revoltosos, que receberam o nome de Macabeus, das letras iniciais de seu grito de guerra: Mi Camocha Ba'elim Adonai - Quem entre os poderosos é como Tu, ó Deus? (Êxodo 15:11).
Outra interpretação é que o nome Macabeu foi derivado da palavra makevet, que significa martelo, devido à grande força física de Yehudá.
Apesar das condições inferiores dos Macabeus frente ao inimigo poderoso, eles conseguiram expulsar o exército sírio da Terra Santa.
A palavra Chanucá significa Consagração, e se refere à primeira medida adotada pelos heróicos lutadores após a vitória: a purificação e reconsagração do Santuário.
No dia 25 de kislev, do ano 165 antes da Era Comum, exatamnete três anos após a profanação do Templo por Antiochus, a menorá voltou a brilhar.
O sentido contemporâneo de Chanucá
A luz da chanuquiá faz com que reflitamos sobre o significado contemporâneo de Chanucá.
A essência desta festa está na dedicação da energia humana a uma causa e na rededicação do ser humano a uma fé.
O objetivo último da luta armada dos Macabeus não era a imposição do poder da espada, mas sim a defesa do princípio da soberania de Deus frente a tirania humana.
Portanto a afirmação do Profeta Zacarias de que não pelo poder, nem pela força, mas sim pelo Meu espírito, diz o Senhor Todo Poderoso, foi escolhida pelos rabinos para ser proclamada para sempre no Shabat durante Chanucá, como parte da leitura profética.
Os macabeus, homens e mulheres heróicos de há quase 22 séculos, lutaram contra uma desigualdade numérica impossível de ser vencida, e venceram.
No nosso século, o espírito dos Macabeus motivou o renascimento do Estado de Israel, trazendo desta forma um novo significado e orgulho à nossa vida judaica.
Theodor Herzl, o pai do Sionismo político moderno, escreveu as seguintes palavras em seu livro O Estado Judeu (1896):
"Ali, eu acredito, uma maravilhosa geração de judeus ressurgirá.Os Macabeus renascerão! Os judeus que ansiarem por um Estado terão o seu! Viveremos enfim como homens livres em nossa própria terra, e morreremos pacificamente em nossas próprias casas. O mundo será libertado pela nossa liberdade - e tudo o que for conseguido ali, para o nosso próprio bem-estar, contribuirá poderosamente e beneficamente para o bem de toda a humanidade."
O sevivon
É costume antigo jogar diferentes jogos durante Chanucá, sendo que o mais conhecido deles é o sevivon (deidel, em ídish). O sevivon é um pião de quatro faces, em cada uma delas se acha inscrita uma letra hebraica: nun, gimel, hei e shin.
Estas letras formam as iniciais da frase: Nes Gadol Haiá Sham, que significa
"Um grande milagre aconteceu lá. (Em Israel, a letra shin é substituida pela letra pei, inicial da palavra pó, aqui - formando-se assim a frase Nes Gadol Hayá Pó, Um grande milagre aconteceu aqui)."
Os rabinos observaram um fato interessante com relação às quatro letras hebraicas usadas na diáspora: o valor numérico destas letras dá um total de 358 (num=50, gimel=3, hei=5 e shin=300) que é o mesmo valor total das letras da palavra Mashiach, Messias (mem=40, shin=300, yod=10 e chet=8).
De acordo com a tradição, o uso do pião em Chanucá remonta à época anterior à revolta macabéia.
Os sírios, no esforço de eliminar o judaísmo, proibiram reuniões de estudo da Torá; os infratores seriam punidos com a pena de morte.
Para poderem continuar os estudos da Torá; os judeus resolveram fingir que essas reuniões eram de mero lazer.
Assim sendo, cada vez que um fiscal sírio se aproximava, eles se punham a girar o pião.
O jogo do sevivon é assim: os participantes sentam-se em círculo, e a cada um é dado uma mesma quantidade(oito é um número apropriado) de botões ou outro objeto pequeno qualquer(moedas, nozes, feijão etc.).
Alguns destes botões também são colocados no meio do círculo.
Cada jogador, na sua vez, gira o sevivon e cumpre a tarefa indicada pela letra que o sevivon parou.
Assim, se parar na letra num, o jogador não faz nada; na letra gimel, o jogador pega dois botões do centro; na letra hei ele pega um botão, e na letra shin ele põe dois de seus botões no centro do círculo.
O jogador que perder todos os seus botões cai fora do jogo.
Se os botões do centro terminarem, existem duas alternativas:
1)o jogo termina, com o vencedor sendo aquele que possui um maior número de botões;
2) cada jogador doa um de seus botões ao círculo, permitindo assim que o jogo continue até que só uma pessoa sobre.
Mas...enfim.
Que D'us não permita que eu morra, que feche meus olhos, sem antes pousá-los sobre minha terra.
A terra de meus bisavós, de minha família, de minha história de vida e a terra que amo e sinto suadades sem nunca ter pisado.
Mas meu sangue, minha vida, minha respiração...estarão sempre lá...com os meus.
Sofrendo com os que não conheço mas respeito, me alegrando com os amigos que foram e encontraram bom porto e chorando pelos inimigos que não são inimigos. Porque todos queremos paz.
Paz para viver, paz para nascer, paz para morrer...
Aqueles que ainda sentem dores, aqueles que casaram e criaram raizes e frutos e aqueles que apenas comtemplam esses muros abençoados, aqueles que apenas tem o prazer de ver nossa terra com muralhas prateadas ao amanhecer e douradas ao entardecer.
Um dia...estarei com voces.^^
Fonte: http://www.cipsp.org.br/
lena_ruiv@